O nível do Ser

11:27


“Qual é o objetivo real de nossa existência?


Para que estamos aqui? Por quê?


Isto é algo que devemos elucidar com claridade meridiana; isto é algo que devemos sopesar, analisar, julgar serenamente.


Vivemos, no mundo, com que objetivo?


Sofremos o indizível para quê?


Lutamos para conseguir isso que se chama pão, agasalho e abrigo e, depois de tudo, o quê?


Em que ficam todos os nossos esforços?


Viver por viver, trabalhar para viver e logo morrer é, acaso, algo maravilhoso?


Em verdade, amigos, faz-se necessário compreender o sentido de nossa existência, o sentido do viver. Há duas linhas na vida: a uma delas poderíamos chamar horizontal, a outra, vertical.


Elas formam uma cruz dentro de nós mesmos, aqui e agora, nem um segundo mais adiante, nem um segundo mais atrás. Necessitamos objetivar um pouco estas duas linhas.


A horizontal começa com o nascimento e termina com a morte; ante cada berço existe a perspectiva de um sepulcro, tudo o que nasce deve morrer.

Na horizontal está todo o processo do nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer e logo morrer. Na horizontal estão os vãos prazeres da vida: licores, fornicações, adultérios, etc.

Na horizontal está a luta pelo pão de cada dia, a luta por não morrer, por existir sob a luz do sol. Na horizontal estão todos esses sofrimentos íntimos da vida prática, do lar, da rua, do escritório, etc.

Nada maravilhoso pode nos oferecer a linha horizontal. Mas, existe outra linha totalmente diferente; quero referir-me, de forma enfática, à vertical.


Esta vertical é interessante. Nela encontramos os distintos níveis do Ser; nela estão os poderes transcendentais e transcendentes do Íntimo; nesta vertical estão os poderes esotéricos, os poderes que divinizam, a Revolução da Consciência, etc.


Com as forças da vertical nós podemos influir decididamente sobre os aspectos horizontais da vida prática; podemos mudar, totalmente, nosso próprio destino, fazer de nossa vida algo diferente, algo distinto e passarmos a ser algo totalmente distinto do que fomos, do que somos, do que temos conhecido nesta amarga existência.


A vertical é, pois, maravilhosa, revolucionária por natureza; porém, necessita-se ter um pouco de inquietudes.


Antes de tudo, pergunto-me e pergunto a todos:


Estamos, acaso, contentes com o que somos?


Quem de vocês sente-se feliz, no sentido mais completo da palavra?”


«A menos que você abandone a sua personalidade, você não será capaz de encontrar a sua individualidade. A individualidade é dada pela existência; a personalidade é imposta pela sociedade.


Personalidade é conveniência social. A sociedade não pode tolerar a individualidade porque a individualidade não acompanhará o rebanho, como uma ovelha. A individualidade tem a natureza do leão: o leão move-se sozinho.


As ovelhas estão sempre em rebanho, na esperança de que estar em grupo será aconchegante. Em meio à multidão, o indivíduo sente-se mais protegido, seguro. Se alguém atacar, na multidão há todas as possibilidades de você se salvar. Mas, e estando só? -- apenas os leões andam sós.


Cada um de vocês nasceu leão, mas a sociedade está sempre condicionando, programando a mente de vocês como ovelhas. Ela lhes imprime uma personalidade, uma personalidade agradável, simpática, muito conveniente, muito obediente.


A sociedade quer escravos, não pessoas que sejam absolutamente dedicadas à liberdade. A sociedade quer escravos porque os interesses estabelecidos querem obediência. OSHO»


O que queremos fazer de nós e de nossa vida? Vamos mudar nosso nível do Ser ou não?

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