O OBSERVADOR PASSIVO
21:13
Existem centenas, talvez milhares, de
técnicas de meditação. Cada um deve descobrir a que melhor combina
consigo e a que produz melhores resultados. Alguns preferem meditar com
mantras, muitos gostam de observar a respiração e outros usam imagens ou
símbolos. Porém, o que essas técnicas têm em comum é o fato de
despertarem o observador passivo.
O observador passivo é aquela
parte nossa que se mantém distante da turbulência da nossa vida diária.
Ele é como um sábio que olha o vilarejo do alto de uma colina. Ele vê as
pessoas correndo de um lado para outro, as crianças brincando, um
cachorro procurando comida, alguém morrendo, um bebé nascendo, a geada
queimando a colheita e nada disso o afecta. Ele permanece sentado no alto
de seu monte, equânime, pois sabe que a dor ou a alegria brotam da
mesma fonte e nenhuma delas é permanente. O observador passivo sabe que a
verdadeira felicidade pertence ao Eu-Superior e que quando estamos
conscientes dele, nada mais nos afecta.
Mas ele também é um grande professor.
Se você ficar com alguém 24 horas por dia observando como ele come, como
se veste, como fala e age, como dorme, no final de uma semana você
conhecerá muito dessa pessoa. Assim, se nos observarmos tempo
suficiente, aprenderemos muito a nosso respeito. Aprenderemos como é que
funcionamos, como agem nossos pensamentos e sentimentos, como eles
influenciam nossas escolhas, etc.
Quando desenvolvemos o observador
passivo, podemos olhar de longe a paisagem de nossa vida e encarar os
desafios que ela nos propõe com isenção de ânimos, sem deixar que o
emocional nuble nossa percepção. É por isso que é tão fácil aconselhar
um amigo com problemas. Como não estamos envolvidos emocionalmente,
temos uma visão panorâmica da situação e podemos perceber as falhas e as
possibilidades que ele não vê.
Quando olhamos as coisas com uma certa
distância, entendemos o contexto e os motivos por trás dos fatos. E, com
essa compreensão, podemos encontrar saídas criativas, podemos ver
portas onde antes parecia existir apenas muros.
In'lakesh
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